terça-feira, 14 de junho de 2011

10 primeiras perseguições dos cristãos

Ao todo a igreja sofreu dez grandes perseguições nos primeiros três séculos que se seguiram após a morte e ressurreição de Cristo. Esse período de perseguição foi um período de grande carnificina, onde muitas pessoas provaram a morte como ponte para a eternidade. Muitos eram queimados por amarem a Jesus, já outros negavam para permanecer vivos nesta vida e mortos na eternidade. Esse período sombrio passa despercebido por muitos cristãos que se envolvem demais com as coisas desse mundo, e se esquece das raízes de dor e sofrimento que nos faz hoje ter a certeza que a igreja venceu porque estava edificada em Cristo.

A 1° perseguição.
O primeiro perseguidor foi o imperador Nero que incendiou Roma e culpou os cristãos. Nero foi um homem terrível, seu pai Cláudio foi envenenado por sua própria esposa Agripina, que fez isso exatamente para assegurar o trono a seu filho Nero, então de 17 anos de idade. Depois de imperador, Nero se tornou um monstro mandando matar sua mãe, seu professor Sêneca, sua esposa Otávia, o apóstolo Paulo e muitos outros como possivelmente Pedro.
Ao culpar os cristãos pela destruição de 10 dos 14 bairros de Roma, Nero mandou matar milhares de cristãos inocentes, muitos foram crucificados, outros queimados em postes para servirem como luzeiros na noite, outros comidos por feras e não poucos torturados. Nero morreu pelas suas próprias mãos no ano 68, cheio de remorso e medo. Nero reinou de 54 até 68 e depois de sua morte, sucederam no espaço de um ano três imperadores: Galba, Otão e Vitélio. A igreja teve um descanso de 22 anos, antes da próxima perseguição que viria.

A 2° perseguição.
A segunda perseguição começou no ano 90 com o imperador Domiciano que era filho de Vespasiano. Durante esses dias, milhares de cristãos foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. João o apóstolo sofreu muito nesse período. João foi lançado por ordem do imperador numa caldeira de azeite fervente, mas saiu de lá ileso, após isso foi desterrado para Patmos no mar Egeu onde o mesmo recebeu as revelações do Apocalipse. João morreria ali, se não fosse à morte do imperador Domiciano pelo seu próprio administrar no dia 18 de Setembro de 96.
Sob o governo de Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio e Marco Aurélio, a igreja esteve um pouco mais segura, porém não imune às novas perseguições.
Nerva sucedeu a Domiciano, e a igreja ficara isenta de perseguições durante seu reinado. Nerva era bom e generoso, porém com 16 meses de reinado foi acometido de uma febre e não se curou.
Foi em Trajano que uma nova perseguição teve inicio: No inicio o imperador era um homem tranqüilo e passou essa tranqüilidade para a igreja, porém sua suspeita o fez ter o desejo de acabar com a nova religião.
Simeão (Simão Mc 6.3) o sucessor de Thiago, bispo da igreja em Jerusalém, foi crucificado no ano 107. Inácio bispo de Antioquia, foi levado preso para Roma por ter dito ao imperador as doutrinas fundamentais, lá o bispo foi lançado as feras no anfiteatro Romano, no ano 110. Essa perseguição não foi tão intensa quanto a que estava por vir e Trajano morreu no ano 117.
Adriano sucedeu Trajano e este continuou as perseguições, mas não de maneira intensa. Mesmo assim Teléforo, pastor da igreja de Roma, e muitos outros sofreram martírio.

A 3° perseguição.
No ano 138, sobe ao trono Antonio Pio, porém como Trajano, apenas seu inicio foi bom e logo ele continuou com a perseguição. Essa terceira perseguição que já desde a morte de Nerva, foi marcada pelo martírio de Policarpo bispo de Esmirna, na Ásia menor.
Por ordem do imperador foi levado preso a presença do governador que ordenou a amaldiçoar a Cristo e sacrificar, mas ele  disse: “oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só tem feito bem a mim; como podia eu agora amaldiçoa-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador”. Indignado, o governador ouvindo o povo, lhe mandaria para os leões, mas por ser tarde optaram em queimá-lo, mas a tradição afirma que o fogo não o tocava e o seu algoz teve de penetrar sua espada no corpo de Policarpo, dando inicio a uma nova vida para aquele homem fiel ao seu Senhor. Além de Policarpo, muitos outros sofreram o martírio, como Santos, diácono, Mauro um novo convertido, Attalo de Pergamo, Potimo bispo de Lyon e muitos outros.
Porém com tudo, o fim dessas perseguições estava longe e não muitos dias uma nova perseguição estava para iniciar.

A 4° perseguição.
Com a subida ao trono de Marco Aurélio que reinou de 161 até 180, começou uma nova perseguição. O ódio pelos cristãos começou mais uma vez a manifestar-se pelo antigo grito: “lancem os cristãos aos leões”.  O fanatismo e o ódio que os pagãos sentiam pelos cristãos era simplesmente diabólico e inexplicável. Essa quarta perseguição foi marcada pela morte de homens, mulheres e crianças que deixaram de lado todo engano dos pagãos trocando uma vida de dores por uma eterna morada nos céus.

A 5° perseguição.
No ano 202 foi à vez do imperador Sétimo Severo iniciar uma quinta perseguição que durou até sua morte no ano 211. Em Alexandria muitos mártires eram queimados, crucificados e degolados como Leônidas, pai do grande teólogo Orígenes. Sétimo Severo, um africano por nascimento foi muito odiado por sua crueldade.
Em Cartago, Vivia Perpétua, senhora nobre, casada, de 22 anos, mãe de uma criança de colo e sua fiel acompanhante Felicidade foram pisoteadas por uma vaca brava, porém Perpétua não foi atingida mortalmente e um gladiador se encarregou de cravar-lhe a espada. No mesmo ano, em 202, Irineu bispo de Lyon também foi martirizado ao negar o sacrifício ao imperador.
            A seguir, houve alguns imperadores que de certa forma toleraram o cristianismo não fazendo uma perseguição cruenta, e foram eles: Caragala (211 – 217), Eliogábalo (218 – 222) e Alexandre Severo (222 – 235).

A 6° perseguição.
            A sexta perseguição geral começou quando Maximínio subiu ao trono no ano 235 e permaneceu por três anos. Sua maldade para contra os cristãos foi por ter odiado seu antecessor Alexandre, e para mostrar o seu ódio mudou quanto possível à política do reinado deste. A principio ordenou a morte dos lideres da igreja, mas bem depressa este ato passou a todos que se diziam cristãos que eram mortos sem nenhuma causa. Orígenes, o apologista, escapou da morte escondendo-se.
            A igreja já não era tão jovem assim, já estava com mais de 200 anos, e infelizmente algumas coisa ruins aconteceram. Após o reinado de Alexandre Severo, muitos cristãos se desviaram e se tornaram dissimulados, adotando a cultura grega e árabe. Houve cristãos que negavam o Cristo nas perseguições e depois retornavam; muitas heresias surgiram nesse período e a mais conhecida foi a heresia de Novaciano que não desculpava esses cristãos dissimulados.

A 7° perseguição.
Nesse período, Décio decidiu extinguir o cristianismo, dando inicio a sétima perseguição. O primeiro a sofrer com isso foi Fabiano bispo de Roma. Quando Fabiano morreu ninguém queria assumir seu lugar. Cipriano bispo de Cartago disse sobre esse período: “o mundo inteiro esta devastado”. Orígenes morreu em conseqüência de ser preso e torturado no governo de Décio.

A 8° perseguição.
Após a morte de Décio na batalha com os godos, Galo o sucedeu e reinou por dois anos, depois de sua morte Valeriano subiu ao trono e logo começou a oitava perseguição. Valeriano no inicio foi benigno com os cristãos, mas influenciado por um mágico egípcio chamado Macriono, saltou contra os cristãos. Cipriano bispo de Cartago e Sexto bispo de Roma foram os lideres martirizados nesse período.
O que mais chamou atenção nesse período foi o martírio de Cirilo, um jovem de Alexandria que foi amarrado em um poste e queimado. A declaração de sua fé ao governador se tornou conhecida a todos nós ao dizer: “o vosso fogo e a vossa espada não me podem molestar, vou para um lar mais feliz; queima-me depressa, para que eu chegue lá mais cedo”. Não muito depois disso, o jovem já estava no lar feliz que falara. Além dos mártires citados, vale lembrar também de Lourenço, diácono de Roma que foi queimado lentamente até a morte.

A 9° perseguição.
A nona perseguição não foi muito longa no reinado de Aureliano, ela só durou alguns meses até a sua morte. Houve nesse período um homem chamado Paulo de Samosata, um pagão que por meios desconhecidos se tornou bispo de Antioquia e logo espalhou uma heresia terrível sobre a pessoa de Jesus Cristo.
Nesse momento da história, muitos dos que não matavam, zombavam dos seguidores de Cristo. Certa feita, um pagão disse: “façam-me bispo de Roma e me tornarei cristão”.

A 10° perseguição.
Entre os anos 284 até 305 o império ficou sob o controle de Diocleciano, e foi por meio dele que desencadeou a décima perseguição. Durante seu governo, os cristãos foram caçados como animais ou bandidos pelas cavernas e florestas. Muitos foram queimados, lançados as feras e torturados. Ele ordenou que todos os templos construídos fossem destruídos. Houve lugares em que os cristãos eram encerrados nos templos e depois ateavam fogo com todos os membros no seu interior. Decretou também que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados e esquecidos. Diz à história que Diocleciano erigiu um monumento com a seguinte inscrição: “em honra ao extermínio da superstição cristã”.
Diocleciano renunciou o cargo em 305 e seus sucessores, Galério (no oriente) e Constâncio (no ocidente), continuaram a perseguição durante seis anos.   
            Constâncio Cloro tinha um filho por nome Constântino, que servia como co-imperador, esse dava indícios de que protegeria os cristãos e com isso as perseguições teriam definitivamente um fim, dando inicio a uma nova fase da igreja que até então só conhecia martírios e mais martírios.

O fim das perseguições e seus perseguidores.
            Enfim, os perseguidores também provaram da ira de Deus, e todos sofreram amargamente o preço caro por derramarem o sangue inocente de cristãos sinceros e fiéis ao seu Deus. Nero, Diocleciano e Maximínio suicidaram-se; Domiciano, Cômodo e Aureliano foram assassinados; Adriano morreu agonizando; Décio teve o corpo comido por abutres; Valeriano foi escravo de Sapor, rei da Pérsia e depois de sete anos lhe arrancaram os olhos e o esfolaram vivo; Galério foi atacado por uma doença e como Herodes, foi comido por bichos.
Eis o fim dos perseguidores e suas perseguições. 

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